sexta-feira, 29 de julho de 2016

Férias! Vamos brincar de gincana?

Então é férias! E claro que nós não poderíamos deixar de dar uma dica de brincadeira para essa época que é sinônimo de diversão para as crianças e ao mesmo tempo gera algumas dúvidas para os pais. Dúvidas que surgem principalmente quanto ao “roteiro” dos pequenos, digo roteiro porque essa turminha tem toda energia guardada para o mês de julho e ficamos muitas vezes pensando em como vamos nos divertir com eles. Embora estejam com toda disponibilidade de brincar, nós precisamos pensar formas de estar o mais presente possível ao mesmo tempo em que nossa rotina continua no ritmo de trabalho ou de outros compromissos. 

Bom seria se ambas as férias, de filhos e pais, fossem na mesma época! Vale então marcar aquele final de semana ou aquele domingo e torná-lo para lá de divertido e especial. 


A dica é reunir a criançada da família, dos amigos ou convidar os coleguinhas da escola e juntos promover um dia bem legal com a gincana. Na gincana as equipes participam de competições em atividades que exigem de suas habilidades físicas e mentais. Além de seu caráter dinâmico e divertido, existe todo um sentido educativo que a torna uma brincadeira prazerosa em que as crianças ao mesmo tempo que se divertem, aprendem. A cooperação, a atenção, o respeito às regras e aos demais participantes, o saber ganhar (sim, saber ganhar sem humilhar os demais), saber que perder faz parte e motivar a busca de melhoria são alguns valores que são vividos na prática durante a gincana.

Aqui fizemos e a diversão garantiu momentos maravilhosos, boas gargalhadas e um dia inesquecível. Abaixo relato de forma resumida e em tópicos como organizamos a nossa tarde de gincana:

  •    Dividimos as crianças em duas equipes e no dia combinado pedimos que cada uma viesse vestida com a cor que representasse sua equipe ( escolhemos as cores amarelo e laranja);
  •     Cada equipe escolheu seu grito de guerra;
  •   Escolhemos brincadeiras como corrida da vassoura, dança das cadeiras, estoura balões ( estourar balões sentando em cima da bola), corrida do pezão e jogos como vôlei, queimado e pingue-pongue;
  •    Fizemos um cartaz para marcar a pontuação de cada equipe, e antes de iniciar cada brincadeira e cada jogo, explicamos como funciona a dinâmica de ambos e reforçamos as regras;
  •    Colocamos músicas bem animadas entre uma brincadeira e outra, para criar um clima de descontração entre os vencedores e os que não ganharam, para reforçar a ideia que a intenção era participar e se divertir ( funcionou bem, muitos momentos de show de dança surgiram!);
  •    Fizemos um lanche bem legal onde as crianças puderam descansar e conversar um pouco antes de retomar às brincadeiras que foram divididas em dois horários na tarde;
  •    Ao terminar fizemos fotos das equipes juntas e entregamos uns brindes que as crianças nem sabiam que receberiam, foi uma surpresa total. Todas elas ganharam.


Pesquisar e planejar as brincadeiras com antecedência é super  importante,  assim como também montar a sequência para que elas ocorram, as crianças vão estar super ansiosas e vão querer brincar tudo de uma vez, por isso um cartaz com a sequência ajuda a controlar a ansiedade e vai deixar tudo bem organizado.

 



Férias tem descanso, mas também tem muita brincadeira! Boas férias, boa diversão e uma ótima gincana para todos!



quarta-feira, 29 de junho de 2016

Espaço de leitura dentro de casa

"Quem escreve um livro cria um castelo,

quem o lê mora nele." 

Monteiro Lobato

Pensando na ação deste mês de duas amigas blogueiras, a Ariane Oliveira e a Andrea Charan, decidi escrever este texto, que a muito venho pensando, porém ainda não havia parado para realizar a escrita.

Começo com esta que é uma das frases, do Monteiro Lobato, que mais me faz pensar sobre o livro na vida dos pequenos. Assim como Monteiro, acredito que o lugar dos livros na vida dos pequenos deve ser principalmente em seu lar, e qual lar seria esse? O lar que abriga nossa alma, nosso corpo, nossa cabeça, nossos pensamentos, e é ali que temos uma morada certeira para que a sensibilização se estabeleça.

Antes de ser mãe pouco pensava sobre a construção literária dentro de casa, como profissional de formação de leitores vivia diariamente a sensibilização literária na escola, espaço em que a criança sempre tem a possibilidade de viver e se relacionar com os livros. Durante o Mestrado, porém, convivendo com minha Orientadora, Adair Neitzel, sobretudo em sua casa, fui percebendo como ela instigava seus filhos para a leitura, naturalmente que tenho na Adair minha principal inspiração para o que realizo hoje em casa.

Livros no quarto dos Passarinhos

Em determinado momento perguntei para a Adair como ela, como mãe, pensava a sensibilização literária para os filhos, consigo me recordar ainda hoje de suas palavras, primeiro me dizendo que o passo número um era perceber que os filhos são diferentes um do outro, que um deles poderia gostar muito de ler e o outro não, ou que ela poderia ter a sorte de ter dois grandes leitores. Em seguida ela me disse que ela acredita que o livro precisa estar em todos os lugares. Convivendo dentro da sua casa, pude ver isso, na prática, a primeira vez que lá estive fiquei encantada com o banheiro, com livros; a sala, com livros; os quartos, com livros; livros na varanda, livros por todos os lugares.

Os livros precisam estar na vida da criança como os brinquedos, como os quebra-cabeças, como parte de sua vida, e mais do que isso, os livros precisam ocupar os lugares.

Foi assim que percebi, ao pensar no espaço de leitura dos passarinhos, que teria livros por todos e em todos os lugares da nossa casa. Incluindo aqueles lugares que aos poucos eles foram nos pedindo, como os banheiros, que por pedido deles começou a ter um porta livros, que costurei e junto deles colocamos, eles selecionaram quais os livros ali estariam e utilizam sempre que estão no banheiro.

Livros no banheiro, conforme pedido dos Passarinhos

Como nossa casa tem dois andares decidi que deveríamos ter livros na parte superior e na parte inferior, foi assim que no quarto eles ganharam um espaço com caixas que pintamos e reaproveitamos, formando uma estante. Já na parte de baixo, aonde temos um espaço integrado, coloquei os livros junto dos seus brinquedos, oportunizando que os livros estejam em suas mãos como os brinquedos e os jogos.

No escritório há a maior concentração de livros desta casa, afinal é ali que ficam os meus livros, tenho eles todos acomodados dentro de um roupeiro, são 8 portas que guardam um enorme número de livros, o que deixa os passarinhos maluquinhos, obviamente que eles tem acesso livre a estes livros. Quando estou por lá, trabalhando, eles adoram tirar tudo, explorar, reorganizar, o que rende bons momentos de brincadeira e claro, tranquilidade para que eu possa finalizar o que estou fazendo.

Livros junto dos brinquedos

No mais, temos livros dentro do carro e sempre aparecem livros no quarto do Pai e da Mãe. Deixo, ao lado da minha cama, o livro que estou lendo, Bernardo costuma fazer o mesmo, disse-me certa vez, após lermos juntos a noite, que eu deveria deixar o livro ali, como tem no quarto da Mãe. Percebo assim, que eles nos observam, percebem que a leitura faz parte do nosso dia a dia, percebem que os livros fazem parte e são parte do seu mundo.

Acredito que cada família descobre na sua dinâmica a melhor forma de apresentar os livros para os pequenos, alguns entendem os livros como extremamente importantes, outros não colocam neste objeto valor de suma importância. Fato é que para a criança compreender com maior facilidade o mundo que a cerca, a literatura pode e deve ser um facilitador, portanto, comprovadamente uma criança com maior acesso aos livros, dentro de casa, tem uma maior probabilidade de se tornar um bom leitor. É parte do trabalho dos pais que este contato seja iniciado, dentro do lar, com o carinho e o amor que se deve as relações familiares.


Aqui tenho feito aquilo que acredito ser o certo, procurando lembrar sempre das palavras da Adair, que é possível que todos os filhos gostem muito de ler, e é possível que nem todos gostem, mas o mais importante é não desistir.


segunda-feira, 2 de maio de 2016

Tecnologia e infância, um tempo dividido

O que vem me preocupando bastante, não somente enquanto educadora, mas também enquanto pessoa, é a forma como a tecnologia vem atropelando o tempo que a infância precisa para ser vivida em sua verdadeira essência, deixando muitas vezes de ser devidamente explorada enquanto fase de desenvolvimento, descoberta e aprendizagem de todo indivíduo. 

Não estou aqui negando a sua importância, tampouco seu benefício e seu proveito, até porque para nós, educadores, a tecnologia e seus constantes avanços, pode ser uma grande ferramenta de um ensino eficaz e inovador. Mas o que me preocupa de fato, é o tempo de seu uso pelas crianças e a forma como ela vem suprimindo os prazeres que elas precisam para crescer. Não estou aqui aconselhando a proibi-las de seu acesso e nem afirmando que elas não possam utilizá-la, seja por computadores, celulares ou por qualquer outro meio. 

Minha intenção e contribuição ao escrever esse texto é que haja uma preocupação e um cuidado para que sejam ofertadas também para as crianças outras maneiras de diversão para que elas possam perceber o quanto as brincadeiras ao ar livre, a criação de brinquedos e os jogos também podem ser divertidos. Portanto, que sejam oferecidas à criança outras oportunidades de viver algo mais dinâmico e criativo. 

É certo que vivemos uma onda em que a tecnologia vem facilitando muito nossas tarefas diárias e até em muitas vezes passa a ser o nosso lazer nos dias ou nas horas que nos são destinados ao descanso e a diversão. E as crianças por consequência, são submetidas a essa exagerada exposição, o que as deixam sem muitas “opções”.  É nas brincadeiras de infância que aprendemos a nos relacionar com o outro e com o meio, buscamos desafios, descobrimos habilidades, estimulamos nossa imaginação, exercitamos nossa expressão, aprendemos regras, reconhecemos e transformamos os significados, desenvolvemos nossa cognição, nosso físico e nossa sociabilidade. Além de todos esses benefícios, brincar na infância e sentir todas as emoções que ela nos permite sentir, tornará o adulto mais seguro, determinado e mais confiante nas suas decisões. E o melhor disso é que este adulto ficará para sempre com aquelas boas lembranças da infância que é tão bom de ser recordada e que nos faz tão bem e felizes não é verdade?  

Brincadeiras do nosso dia a dia.

Então, proponho aqui como um desafio para nós, mamães, papais, titias, e toda família a oferecer para nossas crianças esses momentos que vão desde as brincadeiras mais antigas até aquelas que inventamos em casa. E sabe qual será o resultado? Alegria para todos e a agenda terá diversão garantida! Permita-se ser criança novamente quanto você tem um serzinho tão criativo perto de você! 

Aquele final de semana muitas vezes na frente da TV ou do computador pode se tornar divertido com uma visita naquele parquinho que faz tempo que não vão visitar, ou então reviver com a criançada aquelas brincadeiras que embalavam sua infância. Desenhar juntos, fazer uso de tintas, reciclar ou reunir-se para ver quem será o ganhador daquele jogo que já está guardado a tanto tempo será para as crianças algo fantástico e para o adulto algo enriquecedor para si mesmo. 

Lembre-se temos uma criança dentro de nós e quem a respeita e a deixa sempre sorrir aprende que na vida as coisas podem ser mais leves. A tecnologia vai avançando rapidamente e muitas vezes não percebemos que as crianças vão crescendo no mesmo ritmo. Portanto, permitir que as brincadeiras continuem sendo o brilho da infância e o sorriso na lembrança dos adultos depende, hoje, de nossa vontade de fazer do tempo nosso aliado, de tornar aqueles minutos, aquelas horas ou aquele dia, inesquecível, porque o tempo para os avanços tecnológicos é um aliado, no entanto para a infância...